21 abril 2010

Devaneios sobre inverno

As roupas longas... Mesmo que com a impressão de pareço-um-austronauta-aqui-dentro, como as pessoas ficam elegantes em trajes de inverno!
Homens não andam na rua sem camisa (e sem pedir permissão ao alheio se este quer ou não ver tal paisagem...), mulheres não andam na rua com shortinhos e blusinhas fresquinhas e fresquinhas (tomara-que-me-passem-a-mão).
Nas pessoas, esbeltidade.
Menos suor, menos gente se abanando e se acotovelando no movimento esquerda-direita de leques, folhas, cadernos, ou qualquer objeto que produza vento.
No comportamento, menos agressões-sem-querer.
Um ônibus cheio não é sufocante, nauseante, nojento. É acolhedor, é alívio para fugir da rua vento-gelada.
Nos ambientes, menos desconforto.
As pessoas ficam mais quietinhas, e também mais quietas, parece que há mais silêncio... (dá pra notar a diferença entre ser quietinho-comportadinho e quieto-silencioso?)
Na comunicação, calmaria.
As bocas lançando "fumacinha".
Para as crianças sentadas próximas a um vidro, diversão, treino de desenho e escrita.
Os amigos formando um bolinho, querendo se abraçar.
Entre os conhecidos que gostam de contato, proximidade.

Só não é nada legal para algumas profissões...
Meus pais, por exemplo. Não é nada agradável acordar cedinho no frio-de-renguear-cusco. Ir lavar os úberes das vacas com a água que, por vezes, está com uma camada de gelo (!!!). Ir na horta colher verdura e tocar naquelas plantinhas geladas. Ir para a lavoura com aquele vento cortante, frio rachador de lábios.
Na natureza, a cerca-viva e tantas outras plantas que morrem com a geada. Os animais que dormem todos próximos uns dos outros para se aquecerem. O cachorro que fica 24 horas com o corpo tirititando.
O acalento para humanos: ficar próximo do fogão à lenha tomando um mate quente; comer a sopa quentinha feita pela mãe (esposa).
Se a tarde além de friu traz chuva, comer as pipocas lambuzadas com o doce feito de açúcar mascavo.

O inverno...
Estação que, apesar de alguns pesares, mais gosto!