30 março 2010

Professores ateus

Abalada pela enésima vez em que, durante uma aula, um dos meus professores fala da igreja católica ou de seus ritos com ironia, aqui venho fazer algumas reflexões.
Sobre a escolha religiosa: da mesma forma em que pessoas optam por não seguir a Cristo, há quem opte por ser cristão. Da mesma forma em que eu, cristã, respeito as diferentes escolhas, por que os ateus não podem, não TENTAM, respeitar?
Eu, que nem, sequer tenho completa a minha graduação, sou civilizada e sei respeitar as diferentes opções de vida. É lamentável que tantos, inclusive mestres e doutores, não o saibam fazer. Mas... Convenhamos: para se ter respeito não é preciso ter um estudo. É simplesmente lamentável a posição de certas pessoas que poderiam usar da sua profissão para propagar respeito se comportem tão negativo-humanamente.
Pense: não se dirigem palavras irônicas a homossexuais, negros, e tantos outros grupos que são alvos de discriminação, e, se isso ocorre, logo se tenta apaziguar, desdizer. Por que isso não acontece quando o assunto é religião?
Pense: e se no mundo atual ocorresse o contrário, se fossem os cristãos a maioria esmagadora de peito e nariz erguido que ficasse agulhando os ateus a todo tempo? Ia ser legal para os ateus? Eles iam gostar de tanta perseguição verbal, tanta crítica e ironia, tanto sarcasmo e deboche?
Pense: tu não te incomodas quando alguém fala mal do teu pai(mãe), esposo(a), namorado(a), filho(a)? Se não te incomodas, parabéns, és mesmo uma pessoa muito paciente (ou idiota). Não é isso que acontece comigo e, certamente, com muitos outros cristãos. Quando nossa fé é banalizada e vulgarizada, é nosso Amor que também o está sendo. Ironizar o Cristo, a fé ou os ritos que sigo é ironizar meu pai ou qualquer outra pessoa que amo. A diferença é que quando alguém que amo é alvo de palavras ofensivas, eu reluto, defendo. Mas quando é com religião, eu calo...
Agora, minha vez de pensar: por que calar-se?
Porque sei que iniciar-se-ia uma discussão polêmica (e não admito ocupar o tempo de aula com isso). Porque ainda não tenho argumentos suficientes, sou aprendiz, e não admito falar de algo com incertezas, falar de algo que não conheço o suficiente. Porque ainda não tenho forças para dar minha cara a tapas, porque sou fraca.
Agora, alguém me responde: por que tanta perseguição? Por que tanta ironia?
O ser humano não tem a capacidade de compreender que, da mesma forma que ele opta por algo, há pessoas que optam por algo diferente? O ser humano não tem capacidade de entender que o que ele faz ao outro poderia estar sendo feito a ele?
Sim, ele é capaz!
Então, me questiono: onde está a humanidade desse ser?
E me questiono também: as pessoas agem assim porque não percebem que o fazem, não percebem que estão cometendo um desrespeito, uma discriminação? Porque simplesmente as palavras ofensivas saem da boca pra fora, sem uma reflexão anterior? Ou elas percebem e mesmo assim o fazem? Ou elas fazem de propósito para provocar?
Elas têm alguma razão concreta para fazer isso? Elas estão trazendo algum benefício para a sociedade? E quando isso acontece em sala de aula, elas percebem que se distanciam do foco a ser ensinado para agulhar sentimentos pessoais?

Um comentário:

Corbari disse...

Algumas pessoas de índole atéia já mereceram meu respeito há tempos atrás. Hoje merecem apenas meu pesar. Não vejo mais sentido no conhecimento sem que se traga a presença de Deus no coração. Se até Stephen Hawking venera a presença de Deus escrevendo as referências a esse Ser sempre com letras iniciais maiúsculas (Deus, Ele, etc), quem são os pequenos e miseráveis mestres e doutores que detém o conhecimento supremo de negar Sua existência? E por fim diria mais àqueles que nos desafiam a provar Sua existência: provem vocês que Ele não existe!

Nada mais desprezível, mas também mais rizível, do que travestir a ignorância e a intolerância por trás de um reles título acadêmico. Nesse interim, aprendi muito mais com os gentis lavradores de minha terra que aprenderam a venerar o divino contemplando a maravilha que brota a sua volta do que com qualquer um desde pseudo-mestres que detem sua vida entre as paredes de seus escritórios e bibliotecas e nunca puderam entender a vida que pulsa e explode a cada piscar de olhos de uma criança.

Observe apenas os pequenos milagres de cada dia que acontecem a tua volta e terás sempre a resposta verdadeira sobre a existência ou não de Deus.