19 janeiro 2010

A amiga do malabarista argentino




Se não bastasse cativar apenas um (chapado?) ladrão - veja o post "O assalto que todo mundo quer sofrer" -, a guria aqui cativa os malabaristas que tentam ganhar umas moedas nos sinais.
Era manhã de sábado do mês de agosto, fui correr na Redenção. Ao me aproximar de um sinal, vi os malabares e fiquei, por alguns segundos, meio que filosofando sobre a situação sócio-sconômica dos mesmos. O sinal fechou, os dois homens vieram para a calçada e fiquei lá, ao lado deles. Num ímpeto que até hoje não entendi se foi intencional ou natural, olhei para aquele que estava ao meu lado e (novidade!) sorri. Ele deu um "Hola!" e pediu (digo, perguntou) se eu era moça de verdade, estendeu o dedo e ficou cutucando meu braço. Ah, tive que rir! E se o riso é as portas do contato, começamos a conversar.
Demorei um bocado pra adaptar meu ouvido àquele sotaque: ele era de Buenos Aires. Foram vários os 'ãhm?' e 'desculpa, não entendi!'.
No início, a covnersa estava meio de encantamento-à-primeira-vista. Ele falou algo semelhante a "Teus pais são joalheiros? Pois fizeram uma jóia muito bonita!". Olha, se alguém tivesse me falado isso num baile (bailão de interior semrpe abre espaço para esse tipo de cantada), por exemplo, eu iria fazer uma cara de agrado, mas por dentro pensaria "Poxa, reinventa, neh?!". Mas com ele não, foi bem legal. Gostei da tal cantada, a sitaução foi inusitada.
Ele perguntou várias coisas, se eu era de POA, o que eu fazia, se tinha "marido". Fiz umas perguntas a ele também. Ele contou-me várias coisas, e várias coisas eu não entendia, mas para não ficar pedindo repetição, deixei passar. Contou que logo iria embora e queria meu contato, meu email. Fiquei receosa, mas... Mesmo se eu quisesse, ambos não tínhamos caneta! Ele, muito esperto, sugeriu para irmos até uma banquinha de pipoca na Redença. Eu pensei: "quer saber, que mal tem eu passar meu email?".
Ele (digo ele porque não teve jeito de eu entender seu nome...) disse que me enviaria fotos da praia, que logo ele iria viajar para lá. Até fez graça dizendo que ele estaria com os pés na areia enquanto eu estaria me matando de estudar na universidade.
Um cara bacana. Ousado. E eu, mais ousada ainda, não é? Ficar conversando com estranhos nem sempre é aconselhável.
Bem, até hoje o rapaz não me escreveu. Se ele escrever, mandarei esse post, ficará como uma homenagem ao cara que foi tão cara-de-pau e simpático, e carente de pessoas para conversar.
Me recordo que, na banquinha da pipoca, quando eu estava anotando meu email, perguntei a ele se eu entenderia o email, afinal, não domino espanhol. Ele brincou dizendo que se esforçaria pra escrever-me em portunhol.
Bem, esse post aqui não está em portunhol, mas se ele não compreender, vou tentar traduzi-lo no email que, eu espero, um dia virá!

2 comentários:

Kadi Medeiros disse...

hahahahaha
Muito bom!
Eu também sou chamariz na rua... Velhinhas, velhinhos, crianças, bichos, homens, mulheres...
Será que temos carinhas simpáticas? hehehehe
Ou será que foi a nossa educação, que nos ensinou a cumprimentar e sorrir a todos, mesmo a estranhos?
Enfim, nos rende bons causos, né!

Estou acompanhando teu blog, já li todos os posts. Tô seguindo ele, posso favoritar? Tô adorando! Só vê se não larga ele de mão quando voltar a loucura do vale, né...

Beijos!

Caroline Lazzari Manfio disse...

Bah, Katy, que feliz que fiquei agora!!
Claro, pode adicionar ele na lista que tu quiser!!!
Obrigadão pela visita!


Olha, penso que é educação, mesmo. Claro, nossas carinha lindas, simpáticas e de princezinhas facilitam (rsrsrsrs)!!!

Nossa, quando começar a loucura do Vale vai ser mesmo tenebroso escrever aqui...
Mas quando a inspiração vem, tem-se mais é que aproveitar, mesmo que isso custe... ahm... Uma leitura de Literatura a menos?!
Eita, não foi uma boa ideia...
ashuhuashuas
Vamos dar um jeito!
^^

Beijãããão, Kadi!