04 novembro 2009

A universitária X a agricultora



Sábado. Acordei cedinho, tomei café, estudei e fui correr na Redenção.
*Acordar por conta própria pra fazer algo que se gosta, não às 5 da manhã para colher verduras e flores; não ter uma grande casa pra organizar*.
Voltei, tomei banho, liguei o rádio, fiz meu almoço.
*Sem mais atrapalhar a escolha radiática feita por outra pessoa*.
Fui até o quarto da Beta, esperamos o Sandro e fomos pra casa do Gui.
*Não mais solidão, ou não mais a espera de uma carona pra ir até a cidade participar do CLJ*.
Chegamos lá, conheci a família do Gui. Fomos no mercado, compramos um monte de porcaria pra comer, locamos os filmes.
*Companhias legais; poder pegar um ônibus e ir até onde eu quiser, sem depender de outros; comprar doce no mercado, ver filmes com amigos*.
Assistimos, conversamos, assistimos, rimos, assistimos, comemos, assistimos...
No dia seguinte, mais filmes.
Almoço em família.
*Um almoço tranquilo, sem o estresse que assombra os domingos na zona rural, onde mesmo sendo domingo, é dia útil: as vacas, porcos e galinhas não tiram o dia pra descansar, a horta não deixa de pedir água*.
Pegamos o ônibus, voltamos pra casa, Beta, Gui e eu fomos na feira do livro.
*Uma feira imensa; poder compra livros em outras línguas*.
No dia seguinte, segunda-feira, feriado.
Acordar cedinho, estudar, correr.
*Não precisar ir na horta, no galinheiro, na estrebaria, sei-lá-aonde*.
Almoçar, conversar com algum vizinho, estudar, (...).
*Não precisar esperar ansiosamente algum contato no MSN (com internet discada...), a vizinhança está toda ali, é só dar uns passos. Solidão? Nem pensar!*.
Cotidiano diferente?
Muito!
Estou mais feliz agora?
Sim e não...
Sim por mim, mas não pela família que ficou no interior. Eles continuam madrugando - e não é pra ir praticar um esporte ou pra estudar, é pra pegar no pesado mesmo!, continuam a trabalhar sob o sol escaldante, sem sábado, domingo ou feriado, sem ficar embaixo de edredons quando chove ou comendo sorvete quando o sol está muito quente.
Meu tempo é tomado por coisas prazerosas, lá o tempo é tomado por labutas.
Ah, se eu pudesse apaziguar a lida do agricultor! Se eu pudesse diminuir o calor do sol, regularizar as chuvas, fazer as vacas não escaparem pro terreno do vizinho, fazer as plantas todas vingarem...
Santos agricultores! Vocês merecem o céu!
E ainda apóiam (nem todos, claro) os filhos pra estudarem fora, sendo que isso consiquencia numa mão-de-obra a menos pra vocês!

Ahh, pai, mãe e Cássio, meu querido irmão! Obrigada por tudo!
E que vossas façanhas sirvam de exemplo a toda terra!

6 comentários:

Jhony Rossatto disse...

Bacana Carol..... Continue assim, e conte sempre comigo, ok?
Beijão

Pri disse...

Realmente a escolha radiática interfere demais na vida dos outros neh, Carol!!! Mto legal teu texto!!!
Beijão!!!

Unknown disse...

Me identifiquei..

Caroline Lazzari Manfio disse...

Fico muito feliz com isso, Frederico! E... caramba, tu tens o mesmo nome da cidade de onde vim! (Frederico Westphalen)

Me indentifiquei!

:)

Unknown disse...

nossa carol tu escreve lindo por demais =D
achei lindo o teu texto e o teu reconhecimento por tudo aquilo q os agricultores em geral fazem. e pelo orgulho q tu tm em dizr q vm do interior! vc esta d parabéns!
e a simoni q esta dele comenta teus textos é a sika!
saudades enormes d tii querida!

Caroline Lazzari Manfio disse...

Siiiiiiiiika!!
Meeeeeeee, que maravilha ter tua visita!
Fiquei alegríssima agora!!!!!!!!!!!!!!!

E obrigada pelo carinho! Obrigada mesmo!
Saudades, querida!!! ♥